segunda-feira, 6 de outubro de 2008

eu que jamais escrevo novidades

e nem metáforas novas tenho
da época em que eu também escrevia em terceira pessoa...

Ela
I-10 de Agosto de 2006

Houve uma época que ela se importava. Ficava feliz porque tinha amigos. Aí veio alguém e disse: A tendência da vida é a solidão. Lembrou que a tendência do universo era o caos. Era verdade. Mas as vezes não era assim tão triste. As vezes isso fazia dela uma pessoa livre. Era o que ela sempre tinha pensado e o que queria. Mas ela não estava acostumada com a realização daquela idéia então chorou. O pior é que sempre havia sido. A novidade era a percepção. Só que ela descobriu que uma coisa não impedia a outra. E que sentimento é uma coisa pessoal. Mas sentia vergonha quando não era correspondida. E culpa quando não correspondia. Mas ela queria perder o medo. Sabia que ter não era uma palavra boa. E lembrou dos fractais.

II-15 de Agosto de 2006

Diante da necessidade de fazer algo, fazia nada. Lembrava da tia: no dia que eu liguei, ele tinha morrido. Isso a assustava. Mas não queria virar estátua de sal. Se fosse pra ser, que fosse novo. Além de tudo, vinham um e outro e diziam: Vc é assim. Vc é assado. E sua vaidade ou insegurança faziam com que ela acreditasse. Havia também que ela tinha mania de corresponder expectativas. Daí, talvez, não sabia se era porque era, ou se era porque tinha que ser. Queria um sentimento seu.
Desligou a música pra ouvir se tinha algo dentro.

Um comentário:

M. disse...

To precisando aprender a corresponder às minhas próprias expectativas também.
Será o egoísmo algo tão mau assim?