sábado, 26 de abril de 2008

na ressaca do sol q queima as retinas

e além de tudo essa raiva insipida
é raiva mas é insuficiente
não grita, não muda, nem chora

é raiva do q os outros são
e pior de tudo, eu sou também.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A realidade, Maria, é louca.

Para Maria da Graça
(de Paulo Mendes Campos)
(ganhei da minha prima no meu aniversário de 15 anos)

Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.

Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca.
Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?"
Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.
A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada ou vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.
Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.
Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon" Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?"
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre onde quiseres, ganhaste.
Disse o ratinho: "A minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance só é o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energeticamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo" Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta a parábola perfeita: Alice tinha diminuido tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor`.
Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.
Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".
Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

na minha cidade

nada fere a escala
as árvores nanicas
os homens...
até os espíritos.

uma palavra que eu pensei agora é bonsai.
serve bem.

Mais lui c'est different
Il est né sur le mont blanc
C'est un grand alpiniste
Un amant monument
Tu as perdu sa piste
(...)
Eh petite larve je suis toi meme et je te parle
Tu es deja grande alors leve toi
Sort de ta (cale)
Au port au port
Ton coeur de petite fille est mort

inda nostalgias

(Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha...
E com olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda rodar
É bom!...)
(Todo mundo me pergunta
Porque ando triste assim
Ninguém sabe
O que é que eu sinto
Com você longe de mim...)
(Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar...)

e mesmo assim eu não consigo parar de ouvir essas músicas.
acho que é porque acaba que é bom.
músicas com gosto de por do sol.
estética de fim de férias. céu rosa dourado.
...
as vezes é bom.
visitar a família, os amigos das antigas ou das novas
mesmo estando um tanto só... no meio disso tudo
e ver os fins, os começos e os meios.
a vida anda.

domingo, 20 de abril de 2008

(a lua prateada se escondeu)

eu durmo, eu durmo, ouço a música e a chuva ali fora
Ela é minha menina
Eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela
A lua prateada se escondeu
E o sol dourado apareceu
Amanheceu um lindo dia
Cheirando a alegria
Pois eu sonhei
E acordei pensando nela
Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
nostalgias, nostalgias e chuva aqui em mim.

Gabriel D.

'A vida é injusta (injusta!)'

debaixo do meu guarda chuva

uva
uva
e
e
ee

Although it's a lot of rain outside
Girl it's gettin late and you can stay the night

sexta-feira, 18 de abril de 2008

tengo miedo de la noche

mas a vida é assim, lili
não faz essa cara

segunda-feira, 14 de abril de 2008

meus inspiras (respiras)

(título roubado da belescu)

[Esses dias q tem sido de tão macarrão
e inclusive o de ontem q foi o melhor de tdos (com calabresa)
também teve o multimilionário de suspirar]

(como eu odeio qdo eu tou chata)

meus grupos lindos

minha família comendo chinês

e as vezes comer muffins tb é bom

o gab qdo aparece

o andré qdo faz comida

minha comadre, mãe do meu afilhadinho (faz ele antes!!! só um tiquinho!)

a drix contenta

o lele dizendo cho, cuspindo no chão

quem foi e volta, quem não é mais.

(nhunhunhu-que passe logo essa bipolaridade dos q não dormem)
(e que eu seja bem rica pra poder viajar)
(amem)

EC 11:8

Ainda que o homem viva muitos anos, regorzige-se em todos eles, contudo deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.

Isso. Té me sinto melhor.

too boring

e inda perdi a aula

quarta-feira, 9 de abril de 2008

terça-feira, 8 de abril de 2008

foi fernandinho q disse...

'só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido'

e é verdade
bom que agora eu vou ler uns poemas assim

o gab q diz preu não ter medo
as vezes é absoluto necessário ouvir um trém desses
as vezes q nem respirar

(thx a lot)

passando (porque tudo é assim)...

pela absoluta pobreza... de dinheiros vivos pelo menos.

agora é ver o q se consegue produzir.

(emocionante tenso)

Grita (Jarabe de Palo)

Hace días que te obsevo,
he contado con los dedos,
cuantas veces te has reído,
una mano me ha valido.
Hace días que me fijo,
no se que guardas ahí dentroa juzgar por lo que veo,
nada bueno,
nada bueno.
De qué tienes miedo,
a reir y a llorar luego,
a romper el hielo,
que recubre tu silencio.
¡Suéltate ya!
y cuéntameque aquí estamos para eso,
"pa" lo bueno y "pa" lo malo,

llora ahora y ríe luego.

Si salgo corriendo,
tú me agarras por el cuello,
y si no te escucho,
¡Grita!
Te tiendo la mano,
tú agarra todo el brazo,
y si quieres más pues,
¡Grita!

video

domingo, 6 de abril de 2008

o sono (sempre)

O sono da razão produz monstros.
Goya

A insônia da emoção produz monstros.

O sono da emoção produz torpor.